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Treinamento Desportivo

Pacing All-out versus Sustain

Pacing All-out versus Sustain

Introdução

O modo como a energia ou esforço são distribuídos ao longo de uma tarefa é conhecido como pacing ou estratégia de pacing. O objetivo dessa estratégia é esgotar todas as reservas energéticas específicas para uma atividade antes de sua conclusão, mas de forma próxima o suficiente para o término da atividade, de modo que não haja uma queda significativa no desempenho. A escolha da estratégia de pacing a ser adotada dependerá principalmente da duração do exercício, já que a relação entre duração e intensidade determinará a intensidade máxima que pode ser mantida ao longo do treino.

Enquanto o pacing all-out exige esforço físico máximo do início ao fim, o pacing sustentável distribui o trabalho físico de forma mais uniforme durante a performance. É importante notar que um pacing mais rápido realizará repetições mais próximas da falha muscular, aumentando a fadiga induzida pelo exercício e prolongando a recuperação. Por outro lado, um pacing mais lento impedirá repetições mais próximas da falha muscular, atenuando a fadiga induzida pelo exercício e acelerando a recuperação. Embora um pacing mais lento reduz a fadiga precoce, seu impacto no desempenho dos WODs permanece incerto.

Monitorar a fadiga induzida pelo exercício juntamente com o desempenho de referência poderia indicar como regular o PACE durante o treino para otimizar o desempenho. Essa suposição foi ser testada no estudo investigando as relações entre fadiga e mudanças nos pontos de referência, ao realizar estratégias de PACE em taxas de desenvolvimento de fadiga notavelmente distintas no workout Fight Gone Bad (FGB).

Métodos

O primeiro FGB foi completado com um pace all-out, onde o esforço físico máximo foi mantido do início ao fim da sessão. O segundo FGB foi realizado com uma abordagem de pace sustentável, em que o esforço físico foi controlado nas duas primeiras rodadas, mas com o esforço máximo na última série. Durante as duas séries do PACE sustentável, o número de repetições realizado em cada exercício foi calculado como a média do número de repetições alcançados em cada exercício nas duas primeiras séries do pace all-out.

Resultados

Os números de repetições foram mais baixos na primeira rodada, mas mais altos nas séries 2 e 3 para o pace sustentável em comparação com o pace all-out. Isso indica que a estratégia de pace empregada durante o treino influenciou o desempenho dos participantes em relação ao número de repetições ao longo das séries (Figura 2). As avaliações de fadiga foram mais altas após as séries 1 e 2, mas semelhantes após a série 3 para o pace all-out em comparação com o pace sustentável (Figura 3). Isso indica que os participantes que utilizaram a estratégia de pace all-out relataram níveis mais altos de fadiga após as séries iniciais do treino em comparação com aqueles que utilizaram a estratégia de pace sustentável.

Taxa de fadiga e percepção subjetiva de esforço da sessão de treino.
Total de repetições entre o protocolo com pace all-out e pace sustentável.

Conclusões

O principal resultado do estudo sobre fadiga e taxas de desempenho como critérios de tomada de decisão no controle do pace durante o CrossFit® foi que a estratégia de pace influenciou significativamente o desempenho e as avaliações de fadiga dos participantes durante o benchmark Fight Gone Bad. Especificamente, o pace sustentável resultou emmais repetições e avaliações de fadiga mais baixas em comparação com o pace all-out. Esses achados destacam a importância das estratégias de pace na otimização do desempenho e na gestão da fadiga durante os treinos de CrossFit®.

Referência

Ribeirto et al. Fatigue and Performance Rates as Decision-Making Criteria in Pacing Control During CrossFit®. Percept Mot Skills. 2024

Tibana & Sousa. Ciência e Prática do Fitness Funcional. 1. ed. Belo Horizonte – MG: Livro na mão, 2024.

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